sexta-feira, 26 de março de 2010

Um olhar sobre a problemática da qualidade na educação

Acredito que a questão de um ensino de qualidade deve ser discutida em conjunto entre família e escola, para que juntos possam pensar soluções para serem apresentadas aos nossos representantes.
Porém, bem sabemos, que infelizmente o diálogo entre família e escola não é muito frutífero, partindo do pressuposto que algumas famílias tem a escola como um depósito de crianças, onde a qualidade não é levada em consideração.
A família nos moldes atuais, vem se esquecendo de suas obrigações. Muitos valores foram esquecidos e criou-se a cultura de que o professor tem que "educar" sozinho as crianças. Cada vez mais as famílias vem se afastando de seu papel primordial.
A escola, vista aqui por meio da figura do professor, por sua vez se vê de mãos atadas, pois tem o árduo papel de educar, socializar, imputar valores e moral e tudo isso em meio a um ambiente contraditório. Lembrando que este seria o papel ideal exercido pelo professor, mas sabemos que não reflete a realidade. Os professores estão cada vez mais desmotivados, sendo ridicularizados pela mídia e castrados de sua autoridade. Vendo-se obrigados a ceder frente a planejamentos prontos e ineficientes, privados de sua autonomia.
Ao Estado resta veicular suas propagandas eleitoreiras que não refletem a realidade, mostrando escolas bem estruturadas, ambientes ideais de aprendizagem, materiais de primeira linha, professores altamente preparados e resultados de avaliações que demonstram como a educação básica pública é boa. É claro que após tanto esforço em mascarar a realidade, não sobra tempo de pensar em políticas públicas eficazes, que atendam a necessidade de uma educação de qualidade garantida a todos. Afinal, sabemos que o Estado não tem muito interesse em criar cidadãos críticos e reflexivos, não é mesmo?

Miriã Pissamiglio Marques

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